terça-feira, 20 de julho de 2010

Entrevista com Alana France.

Postado por Camilla de Oliveira às 23:21

Como prometido aqui está a primeira parte da entrevista com Alana France.

Reconhecida internacionalmente pelo seu poder com as palavras Alana France alcançou destaque nos últimos anos com o lançamento do livro “Transcrição Sentimental”. Hoje com 24 anos, ela dedica seu tempo em um novo romance, “Folhas de Outono”, no qual ela pretende por abaixo qualquer semelhança com seu livro anterior.

Em sua rápida passagem pelo Brasil, Alana concedeu à equipe do Sweet Side uma entrevista, realizada por Camilla de Oliveira, amiga íntima de France.

Sweet Side: Boa tarde Srta.. France, primeiro nós da equipe do blog gostaríamos de agradecer pela oportunidade e gostaríamos de dizer que somos grandes admiradores do seu trabalho.

Alana France: Não há de que. Fico feliz em dar uma entrevista para pessoas tão queridas como vocês.

SS: Srta.. France há algum tempo você se recolheu na Suíça e se negou a dar entrevistas a grandes veículos de comunicação, isso deu margem para que algumas revistas sensacionalistas publicassem boatos sobre seu paradeiro, sobre sua vida pessoal e sobre sua personalidade. Gostaríamos de saber qual sua perspectiva sobre.

AF: Estou farta de equívocos, esse foi o grande motivo para a reclusão na Suíça. Não gosto de tomar atitudes precipitadas. Após o lançamento do primeiro livro tive muitos problemas com a mídia, eu não estava preparada para lidar com ela naquele momento. A respeito de boatos, nada tenho a dizer, deixe que falem, o que me importa são as minhas palavras, o resto é conseqüência.

SS: Algumas pessoas acham que você é meio insensível, você concorda com isso?

AF: Em partes. A grande verdade é que tudo o que foi criado a nossa volta insiste no ponto de que devemos ser felizes e que isso depende em grande parte de sentimentos relacionados ao amor. Não acredito nisso. Quando as pessoas perceberem que para serem felizes elas não dependem do amor elas serão felizes de verdade.

SS: Devemos supor então que amor é algo que não se encontra no seu vocabulário?

AF: Não. Entenda, o amor está no meu vocabulário, até porque é sobre o que as pessoas querem ler. Eu acredito no amor, só não acredito que seja possível chegar até ele.

SS: O que você pensa sobre o escritor?

AF: “O poeta é um fingidor”, assim escreveu Fernando Pessoa (risos), eu sei que você conhece esse poema! Para mim o escritor nada mais faz do que escrever o que as pessoas querem ler, ele inventa uma dor que não é dele. No fim, tudo o que as pessoas lêem é ficção! Por isso é um equívoco ler um poema, uma prosa, um livro, e pensar naquelas palavras como os sentimentos mais íntimos de um escritor atormentado.

SS: Tenho que expressar aqui que concordo com cada palavra que você disse!

AF: Eu te conheço muito bem! E, acredite, somos muito mais parecidas do que você imagina. A questão é que você ainda se prende a coisas que aparentam ter grande importância, mas não tem.

SS: Em sua última entrevista, a Srta. afirmou que o amor é uma entidade falida. Ainda acredita nisso?

AF: Com convicção! O amor está falido, a culpa disso tudo está na banalização das coisas, as pessoas não se preocupam em conhecer as coisas de verdade, elas só querem conhecer, entende?

SS: Há um texto seu intitulado “O trovador”, você o considera um dos seus melhores, há algum motivo em especial?

AF: Sim, na verdade há vários motivos que o tornam um dos meus preferidos. Acho que se eu explorasse aquele personagem mais a fundo descobriria nele medos, angustias e anseios, que são comuns para a grande maioria das pessoas, inclusive para mim. Acho que me identifico um pouco com aquele personagem.

SS: Mas, a senhorita acabou de afirmar que o amor é uma entidade falida, banalizada, como pode se identificar com um personagem que acredita piamente nesse sentimento?

AF: O que as pessoas precisam entender é que aquele personagem faz uma escolha, e a escolha dele é a idealização do amor, ele quer o amor verdadeiro, a ilusão. É nisso que eu procuro me identificar, o amor ideal, aquele que eu, nem você, nem ninguém poderá ter, a verdade.

Em breve a segunda e última parte da entrevista com a escritora, Alana France aqui no Sweet Side, fiquem atentos. Até a próxima.

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