Um mundo insandecido: a banalidade

O que me tira do sério não são as pessoas, sim, elas tem uma parcela de culpa na minha insanidade temporária, mas é apenas uma pequena parcela. Estou cansada de coisas realmente importantes serem banalizadas.
Estive pensando sobre isso ontem, li numa caixa de cigarros (eu não fumo ok) ‘evite dor, sofrimento e morte’, não pude deixar de pensar sobre isso entende? Se o que eles queriam era chamar a atenção para esses dizeres mesmo que minúsculos no veneno que a sociedade impôs (antigamente) como sinônimo de classe, eles conseguiram, bem pelo menos conseguiram chamar a minha atenção.
A questão é, dor e sofrimento foram banalizados, as pessoas sofrem tanto, sentem tanta dor, que acabaram se acostumando a isso, não me refiro apenas a dor física, me refiro principalmente a dores e sofrimentos psicológicos, aquele que a sociedade nos obriga a esconder.
É mesmo preciso viver num mundo assim? Onde somos criados para acreditar que sofrer é normal? Acredito que seja normal sofrer para aprender certas lições, mas há tantas dores desnecessárias, tantas dores que poderiam ser evitadas, mas por acreditar que é algo comum não evitamos.
Não quero acreditar que todas as minhas dores, passadas, presentes e futuras passaram como qualquer pequena coisinha, algumas dores são irreversíveis, e necessárias ou não, quero evita-las, nunca fui fã da felicidade plena, mas entenda, as dores devem ser levadas a sério, se não estaremos todos fadados a torná-las normais, e uma vez normalizadas as dores estarão mais presentes que qualquer outra coisa.
Após banalizar sentimentos como o amor, a amizade, e tudo mais, sentimentos bons, partimos para a banalização de sentimentos ruins e desagradáveis, porque aí, tornando sentimentos ruins normais, damos mais valor aos bons, anteriormente banalizados, como um ciclo.
Os bons foram banalizados, os maus foram banalizados, o que nos falta? Banalizar a morte e acreditar que a vida nada mais é que um bem passageiro? Está na hora de dar mais valor nas coisas.